Matriz de Santo Amaro do Sul – General Câmara, Rio Grande do Sul

Santo Amaro do Sul é um pequeno e bucólico vilarejo que situa-se em uma colina às margens do Rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Surgiu em meados do século XVIII, quando os portugueses promoveram o povoamento da região com vistas a garantir a posse da terra frente aos indígenas que resistiam nas Missões Jesuíticas. Os colonos que ali chegavam recebiam uma porção de terras (sesmarias) com a condição de que apoiassem a expansão da colônia portuguesa, tanto na frente de batalha quanto no fornecimento de víveres. No ano de 1750, o General Gomes Freitas de Andradas estabeleceu ali um armazém para abastecer os portugueses que subiam o rio Jacuí rumo às Missões.

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No ano de 1773, Santo Amaro foi oficialmente elevada à condição de ‘freguesia’, e sua população era constituída de portugueses (açorianos), paulistas e alguns escravos.

A igreja matriz foi construída por determinação do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio do Desterro, e foi dedicada a Santo Amaro – um ‘aportuguesamento’ do nome de São Mauro, um dos primeiros monges discípulos de São Bento. A construção foi financiada pela população local, e o templo foi inaugurado em 1787 (data que consta no portal). Em frente à igreja há um amplo descampado, ao redor do qual foram construídas as casas – uma característica também encontrada em povoações de regiões ‘missioneras’.  Havia ali também um antigo cemitério, muito embora algumas pessoas fossem também sepultadas no interior do recinto sagrado.

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Provavelmente projetada por engenheiros militares, a igreja possui uma fachada larga, com dois campanários (sineiras) que lembram o mesmo modelo adotado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Viamão-RS. Muitos também ressaltam o fato dessa igreja ser um exemplar perfeitamente conservado da arquitetura de influência açoriana em terras brasileiras. Internamente, possui três altares de talha simples, com traços semelhantes àqueles encontrados na já mencionada matriz de Viamão, e também na matriz de Rio Pardo.

 

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No século XIX (1881), Santo Amaro do Sul foi elevada à categoria de município, época em que recebeu o nome de ‘Amarópolis’. Porém, em 1939, com a instalação do Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro nas margens do Rio Taquari, a alguns quilômetros dali, a sede do município se transferiu para o entorno do quartel, e recebeu o nome de ‘General Câmara’. Graças a essa mudança, Santo Amaro do Sul ficou preservada, e atualmente é um dos locais históricos mais pacatos e originais da região sul do Brasil. O principal evento da localidade é a grande festa típica em homenagem ao padroeiro, que ocorre há mais de duzentos anos no mês de janeiro.

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REFERÊNCIAS:

Vila de Santo Amaro do Sul (IPHAN)

– Damasceno, Athos. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre:Editora Globo, 1971

– Dias, Guilherme; Soares, André Luis. Educação Patrimonial na vila de Santo Amaro do Sul, RS; Resgate do Patrimônio Imaterial e levantamento do Patrimônio Histórico

Diário Regional RS

Konrad, Olinda – Conheça a História de Santo Amaro do Sul (Caderno Piá21)

 

 

 

12 comentários sobre “Matriz de Santo Amaro do Sul – General Câmara, Rio Grande do Sul

  1. aqui bautizaron a mi madre….. tengo su certificado bautismal, pero poco más– algun dia iré en persona si puedo…

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  2. E simplesmente uma bela viagem no tempo e na historia.
    Recomendo visitaçao consciente e nao perca a oportunidade de conhecer e ver o funcionamento da eclussa q tbm e fantástico

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  3. Boa tarde…tudo bem ?? Preciso de uma informação sobre filhas de Pedro Eckardt (ackhart) e Elisabetha ou isabel bard ……Maria Guilhermina nasceu em 1871 e Philipina em 1872 ou 1873

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    1. Você já pesquisou no Family Search? É uma organização dedicada à genealogia em todo o mundo. Encontrei o registro de nascimento do meu avô ali, porque tiveram licença para armazenar os registros civis da região (que até a República eram prerrogativa da Igreja Católica), inclusive os registros do primeiro período após a República.

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  4. Olá meu bisavó era conhecido como
    Vo Amaro. Visitei uma colina ditas como terra dele na época e tinha um cemitério onde segundo minha avó Jandira tinham vários parentes nossos. Alguém conhece? Obrigada. Renata Pereira Pena

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  5. Meu antenado se chamava Nicolau panichi segundo informações ele era bem conhecido na igreja gostaria de mais informações sobre ele

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Comentários

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