Na primeira metade do século XVIII, na região gaúcha próxima do encontro do Rio Pardo com o Rio Jacuí, surgiu um acampamento formado por famílias portuguesas, que acabou servindo de base para a colonização da região. Por estar numa área limítrofe com domínios espanhóis, e também próxima à região das missões jesuíticas dos guaranis, o local passaria por vários conflitos, e o acampamento original se transformou em fortificação, que recebeu o nome de Fortaleza Jesus, Maria e José do Rio Pardo.
Mais ou menos na mesma época, começaram a chegar famílias vindas dos Açores, que foram se instalando nos arredores do forte, passando a cultivar a terra e formar uma pequena vila. Com o passar dos anos, essa vila foi crescendo, e, no final do século XVIII, decidiu-se construir a igreja matriz.
Seu projeto foi realizado pelo governador da capitania, o coronel Francisco Roscio – natural da Ilha da Madeira, e formado em engenharia pela Academia Militar de Lisboa.
A parte principal da igreja estava pronta em 1801, quando foi consagrada e dedicada à Nossa Senhora do Rosário. Mas a falta de recursos, aliada aos conflitos da Revolução Farroupilha (entre 1835 e 1845) fez com que os trabalhos de finalização fossem lentos e durassem quase cem anos, sendo que as torres foram terminadas somente na segunda metade do século XIX (a primeira delas ficou pronta em 1855 e a outra trinta anos depois, em 1885). Dentre visitantes notáveis que estiveram em Rio Pardo e mencionaram essa igreja nas suas memórias, podemos citar o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire e o barão Homem de Mello.
A igreja possui altares em estilo barroco tardio, e as paredes são revestidas com pinturas feitas pelos artistas Vicente Prato e Serafino Corso, que chegaram à cidade na época da imigração italiana .
No século XX a matriz sofreu algumas alterações, especialmente na capela-mor e na sacristia, mas que não chegaram a comprometer o estilo original da obra.
Em seu interior também se encontra um mausoléu onde estão os restos mortais de Joaquim Andrade Neves, o barão do Triunfo – um homem do campo que viria a se tornar um dos grandes nomes militares brasileiros.
De acordo com o poeta e pesquisador Athos Damasceno, o fato dessa igreja ser a matriz da célebre Rio Pardo é algo que contribui para que ela tenha um significado especial. Afinal de contas, segundo o referido autor, foi nessa cidade que se plasmou o caráter do povo gaúcho, em seu tipo mais primitivo.

Mausoléu do Barão do Triunfo
Referências:
– Damasceno, Athos, Artes Plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre:Editora Globo, 1971
– Fortaleza Jesus, Maria e José, de Rio Pardo. Disponível em fortalezas.org
– Mello, Aline Alegre, Educação Patrimonial: Um repensar pedagógico sobre a história de Rio Pardo, Celer Faculdades, 2011
– Hortêncio, Leonardo Marques; Santos da Luz, Maturino; A influência da imigração portuguesa na criação das freguesias no século XVIII no Rio Grande do Sul: o caso de Rio Pardo
Oi faz 40 anos que estou fora de Rio Pardo, sou natural daí, fui batizado e fiz a primeira comunhão nesta igreja maravilhosa, fui coroinha do padre Orlando pretto de 1968 a1970 e mesmo batisou o meu primeiro filho em1977, guardo muitas recordações lindas desta igreja, cidade e povo maravilhoso…saudades…que Deus abençoe todos aí.
CurtirCurtir