A devoção a Santa Rita de Cássia foi trazida para o Rio de Janeiro em 1710, quando os portugueses Manuel Nascentes Pinto e sua esposa Dona Antônia Maria erigiram uma pequena capela particular numa chácara próxima à área urbana.
Com o passar dos anos, o número de devotos aumentou exponencialmente, e a imagem de Santa Rita passou a ser levada para a Igreja da Candelária, onde alternava suas ‘estadias’ com a capela do casal. Então, considerando a solidez da devoção, o casal português resolveu construir uma igreja, dentro do próprio terreno que possuíam, para em seguida doarem-na para uma irmandade que estava formada.
Foi então iniciada a construção do templo, seguindo, do lado externo, linhas do estilo barroco jesuítico. Ao longo do século XVIII, foi acrescentada uma requintada ornamentação interior, incluindo os altares e retábulos, e também uma bela pia batismal, feita de diferentes tons de mármore. Ao lado da sacristia havia uma nascente cuja água era bastante valorizada pelos fiéis que frequentavam o local, e foi então construído um poço, que atualmente não mais é utilizado.
No ano de 1751, a igreja passou a ser sede de uma paróquia, passando a ter o título de igreja matriz.
Durante o século XIX, ainda foram acrescentados alguns painéis a óleo, retratando cenas da vida de Santa Rita.

Largo de Santa Rita em 1846, pintura de Eduard Hildebrand
No início do século XX, a igreja por pouco não foi destruída durante as alterações urbanas promovidas pelo prefeito Pereira Passos – ele pretendeu ‘afrancesar’ o Rio, e para tanto algumas ruas deveriam ser remodeladas, com traçados mais retilíneos, o que significava suprimir a igreja e o largo à sua frente. Mas graças à atuação dos membros da irmandade, juntamente com a intervenção do engenheiro Paulo de Frontim, o local foi preservado.
Atualmente, apesar do visual do entorno ter sido descaraterizado pelo crescimento desordenado da cidade, a igreja de Santa Rita permanece de pé, mantendo todas as suas atividades e ofícios religiosos.
Abaixo, imagem de Nossa Senhora de Loreto, venerada na Sala do Consistório da Irmandade de Santa Rita, e provavelmente uma das mais graciosas representações dessa invocação.
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REFERÊNCIAS
- Dornelles Facó, Anne (coord.), Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Especial de Projetos Especiais, 1997
- Matriz de Santa Rita – Rio de Janeiro
E muito legal conhecer historias do Rio de Janeiro
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Gostaria de saber se é nessa Igreja q é celebrada a Missa todos os dias de manhã e transmitida pela Rádio Catedral. A menina q canta durante toda a Missa tem uma voz maravilhosa 😃
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