A cidade de São Francisco do Conde (anterior Vila de São Francisco da Barra de Sergipe do Conde) situa-se no Recôncavo Baiano, e surgiu em decorrência da fundação do convento franciscano de Santo Antônio, por incentivo de Fernão Rodrigues, Conde de Linhares, no ano de 1618.
No ano de 1678 havia se formado uma povoação ao redor do convento, e os moradores resolveram construir uma capela em honra a São Gonçalo do Amarante, um frade dominicano português que viveu no século XIII.
Foi então criada uma freguesia, e nessa ocasião, sobre a pequena capela original, construiu-se a igreja que permanece até os dias atuais. É uma grande matriz, dotada de corredores e tribunas, e que contém na fachada um pórtico e oratório datados de fins do século XVII. As torres aparentam nunca terem sido terminadas.
Quando visitou o Brasil na primeira metade do século XX, o historiador francês German Bazin relatou ter visto nesta igreja um altar mor em estilo neoclássico, um lavabo entalhado em pedra, e uma capela do Santíssimo com decoração estilo ‘Dona Maria’. No entanto, atualmente nem o altar mor e nem a decoração da capela do Santíssimo estão mais na igreja – provavelmente foram retirados em alguma modernização mal sucedida, realizada após 1950.

Vista da matriz de São Gonçalo, vendo-se ao fundo as torres do convento de Santo Antônio

Segundo consta na obra de German Bazin, este era o retábulo-mor dessa matriz
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REFERÊNCIAS:
– Bazin, German, L’Arquitecture Religieuse Baroque au Brésil, Paris: Librairie Plon, 1958
Porque a cidade se chama São Francisco Do Conde e como padroeiro o santo São Gonçalo do Amarante.
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Porque ela surgiu ao redor do convento de São Francisco, e só depois foi construída a matriz
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Estimados, a foto do livro de Germain Bazin se trata, com certeza, do retábulo da capela do Santíssimo, e não do retábulo-mor. Se percebe isso pela porta de acesso à capela que aparece na foto, que é a mesma que se vê ainda hoje na igreja. Não poderia ser também o retábulo-mor, pois não se utilizava fechar a capela-mor com uma porta vazada. E esse retábulo é realmente estilo Maria I, perceptível pelos entrelaçamentos de elementos vegetalistas bastante delicados; bate com a descrição de Bazin.
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Olá Mateus, provavelmente é mesmo da capela do Santíssimo. Nesse caso, provavelmente a legenda estava errada no livro
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Gostaria de mais fotos antigas dessa matriz, com os seus altares originais! Infelizmente,essa matriz perdeu,praticamente,a sua originalidade interior! Sendo os altares originais substituídos por altares de alvenaria .
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