Sabe-se que o Arraial de São Bartolomeu foi fundado por bandeirantes, ainda em fins do século XVII, próximo à nascente do Rio das Velhas. Devido à sua localização, é provável que fosse mais destinado às atividades de agricultura do que à lavra de ouro.

Sua igreja principal é uma das mais antigas de Minas, não tendo sofrido quase nenhuma descaracterização ao longo dos séculos. Ela é dedicada a São Bartolomeu, um dos Doze Apóstolos de Cristo, e que nos Evangelhos é chamado de Natanael  (Jo 1, 46). É um orago pouco comum no Brasil – em nossas viagens, encontramos somente outra igreja histórica dedicada a este santo, em Maragogipe, na Bahia. 

O fato é que o Arraial de São Bartolomeu foi elevado à condição de Freguesia em 1716, quando passou a sediar uma paróquia e a igreja se tornou uma matriz. Provavelmente a maior parte da construção é dessa época, ou, no máximo, das três primeiras décadas do século XVIII.

Exteriormente, o templo ainda mantém o estilo das primeiras matrizes mineiras, e possui estrutura mista – algumas de suas paredes são feitas de adobe e madeira, e outras são de alvenaria de pedra (provavelmente incrementadas em reformas posteriores).

Em seu belo interior, possui cinco retábulos: o da capela mor, os dois colaterais (em estilo nacional português, ou primeira fase do barroco mineiro, de arquivoltas concêntricas), e um quarto retábulo, em posição lateral. Além destes, há ainda um quinto retábulo, também de arquivoltas, situado na capela lateral, construída em posição perpendicular ao corpo da igreja.

O piso é em campas, e o teto é em caixotões de madeira, ornado de pinturas representando as principais cenas da vida do padroeiro.

Houve uma reforma parcial no final dos anos 1970, e atualmente (2019) há necessidade de cuidados no revestimento do telhado, que sofre infiltrações. A igreja não é mais sede paroquial, e depende de padres de outra localidade para ter suas missas.

Apesar da beleza dessa antiga matriz, são escassos os registros bibliográficos sobre essa quase intocada igreja, que transpira antiguidade e originalidade.

REFERÊNCIA:

– IPHAN.GOV.BR

– HPIP.ORG