A região do Vale do Jequitinhonha, distante cerca de 200km ao norte de Diamantina, possui preciosas igrejas setecentistas que ainda permanecem preservadas e servindo aos ofícios religiosos das suas comunidades. Uma delas é a Matriz da Santa Cruz.
O antigo arraial de Santa Cruz (atual Chapada do Norte), foi formado no ano de 1728, após a descoberta de uma grande mancha de ouro em uma chapada sobre o rio Capivari, distante três léguas da Vila do Fanado (atual Minas Novas). Após a notícia da descoberta do ouro, os moradores de arraiais próximos mudaram-se para o lugar, que ficou conhecido como ‘Chapada’, e, posteriormente, “Santa Cruz da Chapada” (Carla Mabel Santos Paula. A arte do Vale do Jequitinhonha no século XVIII: estudo das pinturas sobre madeira em Minas Novas e Chapada do Norte)
A igreja matriz surgiu como uma capela primitiva, e foi gradativamente ampliada sob os auspícios da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Segundo documentos da época, ela data de meados do século XVIII.
A estrutura da construção é em madeira e taipa de pilão. Internamente, o templo apresenta três retábulos na nave principal: altar-mor e altares do arco cruzeiro, os três em estilo nacional português, com a coloração original coberta por camadas de repinturas mais recentes.
Há duas capelas laterais posicionadas como transeptos (dando à igreja formato de cruz) – na direita, a Capela dos Passos, e no lado do Evangelho, a Capela do Santíssimo Sacramento, que provavelmente é a estrutura da primitiva capela. Seu interior possui um requintado retábulo em madeira dourada, pertencente à segunda fase do Barroco Mineiro, estilo Dom João V (Ailton Batista da Silva, Luis Gustavo Molinari Mundim, Guia de Bens Tombados, Volume 1, Guia de bens tombados IEPHA/MG – 2. ed. – Belo Horizonte:Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, 2014).
Agradecimentos: Maurício Aparecido Costa (Secretaria de Cultura e Turismo de Chapada do Norte)
Fotos: Plinio Lins B. Veas








