A história dessa igreja começou em 1756, quando o então bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio do Desterro, decidiu levar para a cidade uma casa dos irmãos terceiros da Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula. Essa ordem surgiu no século XV, fundada pelo monge italiano Francisco de Paola, e tem como carisma o desprezo pelos valores efêmeros da vida e a dedicação integral ao socorro do próximo. Nesse caso, foi um dos raros casos no Brasil em que uma ordem religiosa foi instalada primeiramente por irmãos terciários – apenas no século XX vieram os primeiros monges de vida consagrada.
Inicialmente, a ordem terceira dos Mínimos ficou abrigada na igreja de Santa Cruz dos Militares, até o momento em que foi obtido um terreno para construção de uma igreja própria.
A primeira pedra foi colocada no ano de 1759, e o edifício foi concluído em 1801. O interior da igreja é inteiramente revestido de uma refinada talha em madeira, em uma mistura dos estilos barrocos e neoclássico. A nave principal é ornada com dez grandes colunas em estilo coríntio, e a autoria de parte da decoração do altar-mor, bem como de outros ornamentos, é atribuída ao célebre Mestre Valentim. O coro da igreja, por sua vez, foi concluído por volta da metade do século XIX, seguindo um traçado deixado pelo mesmo artista, já falecido. Há também na igreja obras de Antônio de Pádua Castro – dentre elas, a bela porta principal, entalhada em madeira.
Dentro da igreja destaca-se a capela de Nossa Senhora das Vitórias, cuja talha é atribuída também ao Mestre Valentim, e em cujas paredes há há pinturas de Manuel da Cunha, um escravo que comprou a própria liberdade com o pagamento recebido por seus trabalhos artísticos.
Apenas no ano de 1865, mais de cem anos após o início da construção, a igreja foi solenemente consagrada ao culto divino.
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REFERÊNCIAS:
– Bazin, German, L’Arquitecture Religieuse Baroque au Brésil, Tome II, Paris: Librairie Plon, 1958
– CARVALHO, Benjamin de, Igrejas Barrocas do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S.A., 1966
– Dornelles Facó, Anne (coord.), Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Especial de Projetos Especiais, 1997
Extasiante ! 😀
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Na pobre arquitetura moderna não há nada que equivalha em variedade de formas e beleza artística. 😀
Esplêndida Igreja !
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Lida igeja qui eu tabalho e uma felisidade trabalha aqui
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